Saturday, January 30, 2010

Shantalo, shantalas, shantalamos


Fiz o curso de shantala há muitos anos, não existiam blogs, não existia internet, acho que nem escrita nem roda existiam. Nas aulas todas as mães tinham seus bebês, a mim me deram um boneco de pano, que nunca reclamava se meus dedos erravam.

Os anos passaram e continuei sem bebês para fazer shantala, mas no Tabladinho fazia na molecada de 4 anos e eles simplesmente amavam, faziam fila. A Júlia Dornelles, em especial, era total entrega.

Verdade que eu fazia shantala também em outras mocinhas, bem maiorzinhas, em cujas costas nuas meus dedos erravam. Era um dos meus segredos de sedução, eu que bem poucos tenho. E verdade também que, depois, não era apenas nas costas.

Agora tenho meu bonequinho de verdade, não de pano mas de paina, que às vezes se rende à shantala. A isso chamam massagem, mas poderiam chamar também amamentação.
Não sei se sabem, mas Shantala era o nome da mulher, paralítica, que Leboyer flagrou massageando seu filhinho em alguma aldeia da Índia. Isso tem muitos anos, mas seu nome, seu legado e seu amor permanecem e se atualizam a cada momento em que em algum lugar deste mundão um bebê é massageado segundo seus métodos.

4 comments:

Julia said...

Oowwn, que coisa mais linda, Ev...
delírio pro Dante!

Beijos

cris said...

nossa, que texto mais lindo. amei.

Renata said...

Legal Evandro, quando as crianças eram pequenas eu também as massageava com a shantala.

Nathalia said...

Nossa! Como o Dante está grande!
Bjs.