Sunday, June 30, 2013

Entrelaçar os dedos para entre



entrelaçar os dedos para entre
laçar os dias entrelaçar as vidas
duas tranças descidas até o ventre
da tarde já madura para o enlace
dos corpos que febris se buscam entre
o grito agudo do gavião rapace
e os bramidos do mar :: o touro bravo
que escravos carregamos peito adentro
domesticá-lo castrá-lo cortá-lo
em bifes é flertar com a velha triste
que insiste em insinuar-se sobre nós
antes ter os seus coices temerários
riscar do glossário a palavra paz
jamais saber como termina o dia

2 comments:

Ana said...

Este foi o mais lindo dos poemas que eu já li no seu blog. Palavra. Parabéns.

Luiza Machado said...

"Jamais saber como termina o dia.."
Esse ta caprichadíssimo!