Friday, September 27, 2013

Quando digo ao pai que vou à Grécia



e quando digo ao pai que vou à Grécia
ele mal levanta os olhos e diz
é?
o sangue dos galegos velhos fala
alto e flui como que por mãos em concha
o seu sangue ancestral de Pontevedra
casa de xisto aldeia de pedra
não evapora no calor dos trópicos
mas daí ele vem na despedida
em meio à troca de beijos pelo rosto
ó, me traz umas moedas de dracma
quero brincar com Seu Joel da feira
traz pedaço daquele céu de Atenas
e o canto seis da Odisséia :: manuscrito






3 comments:

Unknown said...

Uma foto e uma poesia...

Unknown said...

Como você sabe da minha reação? Você não me viu. É... mas foi assim mesmo.
Sem drama,mas com dracma.

Unknown said...

Este último comentário, surpreso, foi do pai.