Saturday, August 01, 2015

Crónicas Uruguayas IV :: A Cena Cervejeira Uruguaia : As Artesanais



A cena cervejeira uruguaia é, como em todo o globo, dominada por pouquíssimas marcas de pilsens anódinas. A Patrícia é ubíqua, enquanto a Norteña quase não vimos. Bastante comuns também são a Pilsen (delícia de nome original) e a Zillertal. Vi poucos estabelecimentos trabalhando com chope. Uma garrafa pequena de uma Patrícia sai por 70, 80 pesos, em locais modestos. Isto são 10 reais, o que faz coetâneos do Mujica caírem de boca mesmo é no whisky, conforme escrevi aqui.

Mas nem tudo está perdido, há também a cena artesanal.

Segundo a dona do pub The Shannon, existem hoje 21 artesanais registradas, o que, convenhamos. Destas a mais comum é a Mastra, da capital, encontrada desde um e outro pé-sujo até a versão para exportação dos aeroportos. A Scottish ale engarrafada não nos soube nada mal, contudo não fomos felizes com seu chope, que provamos no Bar Americano e no Montevideo Brewhouse (MBH). Em ambos os lugares ele nos saiu azedo e pobre em carbonatação, dando sinais de um barril cansado. Não se pode, por supuesto, culpar a cerveja por isso.

Tampouco fomos feliz com a Davok, bebida no MBH, ótimo ambiente, boa pub grub e excelente carta de engarrafadas, mas que precisa prestar mais atenção às suas torneirinhas.

Felizes mesmo fomos com a Belgian IPA, da Volcánica e, mais ainda, com a Cabesas.

Cabesas (assim mesmo, com S) é de Tacuarembó, terra do Gardel. Provamos a IPA Atómica, corretíssima, bebemos um chope red ale delas no Shannon, e trouxemos a Cabutina, de abóbora (sobre cervejas de abóbora, escrevi aqui), rica em especiarias e com notas daquele doce-de-abóbora em forma de coração que encontrávamos nos saquinhos de São Cosme e Damião. Convém beber ligeiro, antes que ela vire carruagem.

E, last but not least, Colonia del Sacramento já não se resume aos suspiros, às casas de pedra e ao farol. Tem já sua própria artesanal, a Barbot, a mesma rua da Posada del Ángel, de maneira que o caboclo pode enfrentar destemido boa parte de suas 12 opções e vingar com passitos alados e com a cabeça nas estrelas os 500 metros que separam a cervejaria do hotel.

The Shannon





Tá, acompanha bem um tacho


Verdade, companhia razoável para as emapanadas

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