Friday, May 26, 2017

Tommy, do The Who, by John Fahey



Quando o The Who preparava o Tommy, eles tinham dívida acumulada de 1 milhão e 400 mil libras. Uma banda de renome com seis singles no TOP 5 britânico com uma dívida inacreditável. Isso, claro, devido aos eternos embusteiros gerenciamentos de bandas de rock (olha o Black Sabbath, olha os Beatles!), mas também devido aos quebra-quebras no/do palco que John e Keith promoviam, que já haviam se tornado marca registrada, de maneira que cumpria mantê-los mesmo que a motivação não fosse a mesma da época de "My Generation".

Se a intenção de Tommy era gravar um ópera-rock, a primeira da história, e se estávamos em 1968, claro que deve ter rolado na cabeça do Pete e do produtor Kit Lambert fazer uso de uma orquestra, ao menos em algumas partes, como a introdução. Utilizar uma orquestra em um disco de rock era, em 1968, sinal de grande transgressão, exemplo claro de pós-modernismo.

Por que não há orquestra em Tommy?

Acho maravilhoso que não haja. Trabalhos que efetivamente usaram orquestra de fio a pavio, como Days of a Future Passed (1967) do Moody Blues, envelheceram mal.

Tommy é eterno.

Acho que não usaram porque estavam fodidos. E isso foi uma bênção. A 'orquestração' limitou-se ao violão inicial e à trompa do John Entwistle. E agora acho que aquele início de violão -- simplesmente fantástico -- deve muito a John Fahey.

Não sei sei já detectaram isso ou se perguntaram ao Pete.

Mas se o acorde inicial do Tommy, que não dura nem um segundo, não é simplesmente igualzinho ao que se ouve aos 21:36 de Yellow Princess (1968), então não entendo nada de música mesmo.




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