Tuesday, June 06, 2017

Relendo O Conto Zero



Hoje aconteceu coisa meio bizarra. Como eu dormira bem e não precisava do ônibus como extensão de meu sono, peguei O Conto Zero e Outras Histórias, do Sérgio Sant'Anna, para reler.

Comecei pelo primeiro conto, o conto zero, e reli


Mas se poderia argumentar: se você não escreve não é um conto, mas para você é, existe um protagonista, um ser que habita um corpo e agora se põe em situação, está sentado em um banco individual de lotação, você o pegou na rua São Francisco Xavier, nas cercanias de Vila Isabel, depois de ter saído do Maracanã, digamos que de um jogo entre Vasco e América

Eu estava na rua São Francisco Xavier. Sentado em ônibus que peguei em Vila Isabel.

Quatorze páginas adiante, leio:

Até aqui, a história que não é bem uma história se deu em Londres. Mas a verdadeira anti-história se passa no Rio de Janeiro, você está ao lado do motorista no lotação e se se sentia dominando com ele a cidade, passando pela praça da Bandeira, onde muita gente descia e entravam outras pessoas

Eu levantei os olhos e vi que estava na Praça da Bandeira. Onde ninguém descia e entravam muitas outras pessoas. 

Depois de dois espantos desses, elaborei uma como que teoria desse conto zero do Sérgio Sant'Anna, do Sérgio, do S., do você, mas isso fica pra próxima postagem.

1 comment:

Susana Rodrigues said...

Aguardo com curiosidade essa postagem. (Nós dizemos post, mas postagem é que é português)

Que coincidências incríveis, Evandro!
A mim já aconteceu ler uma cena passada num comboio quando eu ia num comboio (ok, nada de mais) e também aconteceu o livro falar de uma data - mês, dia - e ser precisamente essa data o dia em que eu lia, mas foi o meu máximo.
:-)